Cansada, dos dias que se sucedem cada vez mais difíceis, deitei-me no sofá a ler um pouco, eram 11 da noite, quando acordei estava o dia a nascer. São seis e meia da manhã, tenho as luzes da casa acesas e ainda a despertar de uma noite estranha, olho em volta meia estremunhada, reparo que já é dia, manhã de 25 de Abril.
Levanto-me, fumo um cigarro em frente à janela a ver a luz da madrugada, e apenas penso que gostava que fosse mesmo 25 de Abril, por ele, por mim, por todos nós.
Também eu, Débora…talvez nos encontremos na rua, hoje!
acho que já me dava por contente se na passagem da meia-noite para 25 se ouvissem foguetes como durante muito tempo aconteceu por aqui. esta longa noite -por acaso de insónia- o silêncio foi total. sinal dos tempos…